segunda-feira, 4 de julho de 2011

Conhecendo um pouco mais...

Autoavaliação: processo de amadurecimento pessoal e profissional.



Por: Erisevelton Silva Lima (1)



É que Narciso acha feio tudo o que não é espelho.


Caetano Veloso



Inicio este texto-diálogo dizendo o que não é autoavaliação. Não se trata de pedir para que a pessoa, estudante, funcionário, etc., atribua-se uma nota seja por escrito ou oralmente. Mesmo que você caro leitor detenha algum poder ou interesse sobre a valiosa informação que essa pessoa possa produzir com esse símbolo. A autoavaliação é um processo que precisa desencadear resultados internos que farão modificar estruturas na mente de quem a realiza. Pode ser que com o passar do tempo ou, ao mesmo tempo, a autoavaliação ajude a modificar o olhar e o agir daquele que agora se autoavalia.

Do grego, autós, quer dizer de si mesmo. Então a autoavaliação é um olhar profundo e sério sobre seus atos e posturas. Na escola, nas empresas aonde quer que seja praticado esse procedimento ele precisa ser orientado e assistido, afinal não temos essa cultura autoavaliativa. Sempre fomos bastante examinados, testados e provados pelos outros. Na verdade pouco fomos avaliados e quase não usamos da autoavaliação. Com isso tememos tais resultados e o tratamento ético que pode ser dado a eles. Os bons processos de autoavaliação são construídos de maneira participativa e devem ser elaborados com vistas a objetivos bem definidos. Ao pedirmos para pensarmos sobre nossas rotinas, nossas ações e omissões, nossas potencialidades e fragilidades dentro de um contexto estamos iniciando um processo de autoavaliação. Se oralmente ou por escrito, irá depender do propósito e do estágio das pessoas e da organização que se propõe a realizá-la.

Autoavaliar-se pode levar o indivíduo a outro processo que chamamos de metacognição. Quando penso no que fiz, no que aprendi, como fiz e como cheguei ao que fiz e aprendi e sou capaz de explicar, então verdadeiramente aprendi. Eis um dos maiores sentidos do processo de autoavaliação no campo pedagógico. Autoavaliar-se não se resume a apontar os defeitos próprios, nem tampouco em ser narcisista, principalmente em detrimento dos demais membros do grupo. Autoavaliar-se nos remete ao sentido da verdadeira máxima socrática: Conhece-te a ti mesmo!

1 - Professor da SEDF desde 1992, membro do GEPA - Grupo de Pesquisa, Avaliação e Organização do Trabalho pedagógico vinculado ao CNPQ, estudioso da avaliação na Universidade de Brasília - UNB (lima.eri@gmail.com)

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