sexta-feira, 29 de abril de 2011

Material do Fórum Setorizado sobre Projeto Interventivo - Parte 2

PROJETO INTERVENTIVO E PORTFÓLIO: UMA ARTICULAÇÃO POSSÍVEL

 
A organização escolar por ciclos de formação requer a revisão de concepções e práticas avaliativas arraigadas, caracterizadas pela classificação e exclusão dos alunos. A perspectiva que assumimos na implantação do Bloco Inicial de Alfabetização e que se estende aos 4º ano e 5°ano é a de uma avaliação formativa que utiliza todas as informações disponíveis sobre o aluno, o que pressupõe uma parceria e maior interação entre professor e aluno no processo em que se desenvolvem as atividades formativas. O portfólio é um dos procedimentos de avaliação que combina com a avaliação formativa por apresentar inúmeras possibilidades de construção pelos alunos e também pelos professores dando evidências de suas aprendizagens. De acordo com Villas Boas, “eles são, portanto, participantes ativos da avaliação, selecionando as melhores amostras de seu trabalho para incluí-las no portfólio” (2004, p. 38). Assim, propomos a construção do portfólio do Projeto Interventivo, como meio de se registrar toda a dinâmica que o envolve, fundamentada nos princípios discutidos por Villas Boas, de construção, reflexão, criatividade, parceria, auto-avaliação e autonomia (idem).

O que é o portfólio?

  • É um dos procedimentos de avaliação condizentes com a avaliação formativa.
  • Não é apenas um arquivo, mas é parte de um processo de avaliação que contribui para a avaliação e apresentação de trabalhos.
  • Oferece a oportunidade de registrar, de modo contínuo, experiências e êxitos significativos para quem o desenvolve.
  • O trabalho de todos é encorajado e orientado para o alcance dos objetivos propostos, que são do conhecimento de todos.
  • Processo de documentação e reflexão sobre o ensino e a aprendizagem a ele relacionada, tornando-os públicos.
  • Promove o desenvolvimento de habilidades importantes como a reflexão, a auto-avaliação e a análise crítica.
  • Fornece informações sobre a qualidade da produção teórica e prática dos professores e alunos relacionada ao Projeto Interventivo.
  • Oportuniza uma reflexão crítica do fazer pedagógico.
  • Pode oferecer informações que, nem sempre, percebemos em situações tradicionais de avaliação.
  • Encoraja o professor a registrar e arquivar a sua produção.
  • Trata-se de uma forma diferenciada de avaliar. Fogem aos padrões tradicionais, pois os professores decidem conjuntamente os próximos passos e caminhos.
Qual o papel do portfólio no acompanhamento do Projeto Interventivo?

  • O trabalho com o portfólio possibilita o acompanhamento da dinâmica do Projeto Interventivo. O portfólio pode ser entendido como uma apresentação do Projeto atendendo às características apresentadas nas orientações gerais do BIA (SEDF 2006, p. 23): contextualização; intencionalidade no atendimento às necessidades dos alunos; o caráter temporário e dinâmico que permite ao aluno entrar e sair do projeto quando tiver alcançado os objetivos de aprendizagem; a flexibilidade no uso de diversos tipos de estratégias pedagógicas e a integração entre todos os profissionais da escola (EEAA, orientadores educacionais, dentre outros). Ao construir o portfólio a preocupação da equipe deve recair no conteúdo que o comporá e não na forma. É dada liberdade para elaboração da forma que o grupo desejar imprimir ao trabalho.
O que será colocado no portfólio?

  •  A escola registra a sua dinâmica a cada momento do Projeto, sem ter de recomeçar a cada trabalho, mas sempre acrescentando. O grupo que desenvolve o Projeto Interventivo poderá optar por indicar alguém que receberá os trabalhos, organizando-os no portfólio, sem esquecer que a responsabilidade pela construção é do grupo. A seleção e organização do material que comporá o portfólio podem ser realizadas nos momentos de coordenação pedagógica, constituindo-se num importante encontro de debate e reflexão sobre as práticas e as atividades desenvolvidas no Projeto.
  • O portfólio do Projeto Interventivo poderá incluir como documento inicial o próprio projeto, elaborado segundo as orientações da SEEDF- 2010. Não há restrições quanto ao conteúdo do portfólio, nele ampliaremos o diálogo com alunos, pais, professores e demais profissionais da escola por meio de depoimentos, desenhos, fotos, reflexões, sentimentos, percepções, avaliações, atas, resultados, gráficos, bilhetes dos pais, dos alunos, tudo o que se refere ao Projeto Interventivo ficará registrado no portfólio, o importante é inserir os escritos da maneira como chegam ao professor. Não se substituem as atividades refeitas pelos alunos, uma vez que elas dão visibilidade ao processo vivido por cada um no desenvolvimento do Projeto Interventivo.
  • O Projeto Interventivo precisa ser elaborado e desenvolvido para atender às necessidades de aprendizagens específicas de cada aluno ou grupos de alunos, sendo necessário que as atividades propostas estejam de acordo com o nível de desenvolvimento em que se encontra o aluno ou grupo de alunos.
  • Não façamos do portfólio um modismo na educação que vem e passa sem contribuir efetivamente para as aprendizagens de alunos e professores que desenvolvem a importante e complexa tarefa de desenvolver um projeto para atender às necessidades específicas de aprendizagens.

Referências Bibliográficas

SEDF. Orientações gerais para o Ensino Fundamental de 9 anos: Bloco Inicial de Alfabetização – versão revista – Secretaria de Estado de Educação – Brasília: Subsecretaria de Educação Pública, 2006.

VILLAS BOAS, Benigna Maria de Freitas. Portfólio, avaliação e trabalho pedagógico. Campinas: Papirus, 2004.

Orientações organizadas pela professora Edileuza Fernandes da Silva, coordenadora da implantação do Bloco Inicial de Alfabetização em Samambaia 2010, sob orientação da professora Benigna Maria de Freitas Villas Boas docente e pesquisadora da FE/UnB.

Material do Fórum Setorizado sobre Projeto Interventivo - Parte 1

Projeto Interventivo

O Projeto Interventivo - PI constitui-se em um princípio do BIA destinado a UM GRUPO DE ESTUDANTES, com dificuldades educacionais que justifiquem o não acompanhamento das situações de aprendizagens propostas para o ano em que se encontra matriculado, independente da idade. Tem como objetivo principal sanar essas dificuldades assim que surjam, por meio de estratégia diferenciada. É uma proposta de intervenção complementar, de inclusão pedagógica e de atendimento individualizado. Ressalta-se que os estudantes portadores de Necessidades Educativas Especiais deverão estar sempre incluídos em todas as estratégias do Bloco, ajustadas, sempre que necessário às suas especificidades.

O Projeto Interventivo deve ser realizado considerando a diversidade do espaço, entendido como ambiente escolar e as peculiaridades das aprendizagens dos mesmos. Deve ser permanente na sua oferta e flexível, dinâmico e temporário no atendimento aos estudantes. É importante salientar que mesmo tendo sido atendido no reagrupamento, caso a necessidade permaneça, o Projeto Interventivo se apresenta como outra estratégia de atendimento. O período de realização do Projeto Interventivo deverá ser estabelecido pela equipe escolar, em função das necessidades dos estudantes. A instituição educacional não pode paralisar as suas ações justificando que não tem espaço e pessoas para atender

Os Projetos Interventivos devem ser elaborados pelos professores juntamente com os demais profissionais envolvidos no processo pedagógico que definirão objetivos, metodologias, formas de registro, acompanhamento e avaliação além da adequação do tempo e os espaços para desenvolvimento do mesmo. Para Villas Boas, (2010, p. 34) “enquanto se desenvolvem as atividades de intervenção entre os estudantes, investigam-se as melhores estratégias de aprendizagem para cada um deles”. Por isso é preciso entender que o Projeto Interventivo é integrador e pertence ao grupo de educadores que compartilham os mesmos objetivos e interesses.

O diagnóstico deve servir como ponto de partida para que os professores possam conhecer melhor o estudante, o que ele sabe, sua história de vida, sua cultura, seu universo linguístico, bem como seu processo de socialização. Uma vez identificadas às necessidades, propor-se-ão as intervenções pedagógicas. É então, o eixo orientador da organização do Projeto. A partir do diagnóstico, serão elaborados os objetivos, as expectativas, definidas as habilidades e ações, bem como o seu processo de avaliação

O atendimento no Projeto Interventivo pode ocorrer em duas modalidades. Vamos conhecê-las?
•Estudantes defasados idade/série: estudantes com mais de dois anos de defasagem. Mesmo que o estudante não apresente necessidades de aprendizagem (o foco é o avanço da aprendizagem). É preciso ficar atento para a necessidade de gerar um possível avanço de estudos, conforme previsto na estratégia de matrícula da SEDF. Contudo, é importante termos cuidado para não confundirmos com Programas de Correção de Fluxo.
•Estudantes com dificuldade (independente da idade-ano de escolaridade em que se encontram) de aprendizagem: estudantes com dificuldades específicas de aprendizagem. Embora participem de diferentes estratégias previstas no Bloco, ainda apresentam defasagens que possam comprometer a continuidade do desenvolvimento de sua aprendizagem.

Seus objetivos são específicos e cabe ressaltar a importância dos registros de todas as ações pertencentes à construção do Projeto Interventivo. Algumas formas de registro serão estabelecidas pela SEDF, no diário de classe, outras poderão ser constituídas e adotadas por cada IE e por cada professor, (portfólio, fichas de acompanhamento) Faz-se necessário incluir também os registros das atividades dos estudantes.
Sua elaboração deve contemplar uma estrutura que oriente o professor o seu funcionamento além da dinâmica de atendimento aos estudantes. Deve reunir em seu registro o nome e as necessidades dos estudantes individualmente, as intervenções realizadas. Convém salientar que a escrita do Projeto Interventivo torna-se importante como registro, mas que os responsáveis por esse, não devem dedicar-se exageradamente a escrita tornando-a burocrática demais ou muito acadêmica por tratar-se de um registro que deve traduzir a dinamicidade ocorrida no dia a dia de sua aplicação

SEEDF. Estratégia Pedagógica do Bloco Inicial de Alfabetização - 2ª edição - Versão Experimental. 2010.


quinta-feira, 28 de abril de 2011

Provinha Brasil

Agradecemos a todos que compareceram a reunião para tratarmos sobre a Provinha Brasil. Ficamos satisfeitas com a significativa presença de professores, supervisores e coordenadores.
Não esqueça: segunda-feira (02/05) estaremos no CRA, de 08h às 18, para a entrega das provinhas.
Até lá!


quarta-feira, 27 de abril de 2011

Fórum setorizado sobre Projeto Interventivo

Sexta-feira (29/04) realizaremos um fórum setorizado (a partir das 08:00) onde trataremos sobre Projeto Interventivo nos seguintes locais:       

EC 06 - EC 01, EC 06, EC 10, EC 17, EC 18, EC 17 e EC Córrego das Corujas

EC 08 - EC 08, EC 12, EC 16, EC 19, EC 21, EC 24, EC 29 e EC Guariroba

EC 50 - EC 15, EC 39, EC 40, EC 50, EC 53, EC VP, EC VP 02 e EC Boa Esperança

EC 52 - EC 41, EC 42, EC 45, EC 46, EC 48, EC 52 e EC Lajes da Jibóia

CEF 18 - EC 11, EC 13, CEF 09, CEF 18, CAIC e EC Jibóia
 
Lembramos que nesta oportunidade receberemos o Plano de Ação da coordenação pedagógica para acompanhamento das ações, considerando ser este um espaço privilegiado de formação docente.
Sua presença é fundamental!
 


segunda-feira, 25 de abril de 2011

Está chegando a Provinha Brasil!!!


Nesta quinta-feira (28/04), haverá uma reunião para repassarmos as orientações para aplicação da Provinha Brasil - 1ª fase/ 2011. Neste momento convocaremos os supervisores pedagógicos e professores de 2º anos. O encontro será no auditório do CEMAB com início às 08:30 (no turno matutino) e 14:00 (no turno vespertino),sendo que o professor deverá comparecer no horário de coordenação.

Sua presença é importante!

Resultado da enquete sobre pós-alfabetização

Ao final da votação podemos perceber que a maior parte dos participantes demonstram interesse em participar da oficina sobre a pós-alfabetização (93% dos participantes).
Agradecemos a participação de todos.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Textos sobre níveis da psicogênese da escrita









Referência Bibliográfica: GROSSI, Esther Pillar. Aula entrevista: caracterização do processo rumo à escrita e à leitura. Porto Alegre: GEEMPA, 2010.

sábado, 16 de abril de 2011

Enquete: oficina de pós-alfabetização

Já está disponível em nosso blog uma enquete para saber o interesse quanto à oficina de pós-alfabetização.
Votem e divulguem!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Oficina sobre Psicogênese (14/04)

Nesta quinta-feira (14/04) promoveremos, juntamente com a coordenação da Educação Infantil e coordenação de 4º e 5º anos, uma oficina para os professores sobre a psicogênese da escrita. O encontro será no Espaço Social da Paróquia Nossa Senhora de Fátima com os seguintes horários:
         Matutino: 08:00 às 11:00
         Vespertino: 14:00 às 17:00
Lembramos que a participação nas oficinas oferecidas pelo CRA se dará mediante inscrição.
Aguardamos vocês!



"Feliz é aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina" (Cora Coralina)

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Fórum de coordenadores 08/04

Neste sexta-feira (08/04) nos reuniremos para mais um Fórum de Coordenadores do BIA/ 4º e 5º anos. O encontro será no Espaço Social da Paróquia Noossa Senhora de Fátima das 08:00 às 11:30.
A participação dos coordenadores nesses encontros de formação é muito importante pois propicia, além da troca de experiências, uma reflexão sobre a prática pedagógica.
Contamos com vocês!