terça-feira, 30 de agosto de 2011

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Material do Fórum sobre Análise do Desempenho Semestral - Intervenções planejadas nos grupos áulicos

Sonhadores em Ação



Saber com sabor


A2 - Atitude e aprendizagem



Alegria



Aprender a transformar momentos difíceis



Crescer no Saber



Inovar



Integração



Jibóia



Juntos e Misturados



Multiplicando Ideias



Ou isso ou aquilo



Pensando bem...



Respeito



terça-feira, 16 de agosto de 2011

Material do Fórum sobre Análise do Desempenho Semestral - Parte 3

Desvios de função do coordenador pedagógico


A falta de clareza sobre as atribuições do cargo bagunça a rotina do formador e traz sobrecarga de tarefas


Dagmar Serpa (gestao@atleitor.com.br)


Organizar os horários de uso da biblioteca, dar uma força aos funcionários na época de matrícula e conversar com os pais. Demandas demais e de todos os tipos vão parar nas mãos dos coordenadores pedagógicos, constatou a pesquisa O Coordenador Pedagógico e a Formação de Professores: Intenções, Tensões e Contradições, encomendada pela Fundação Victor Civita (FVC) à Fundação Carlos Chagas (FCC). Atolados em afazeres, muitos não conseguem atuar satisfatoriamente na formação em serviço dos professores, que é a sua função prioritária. Assim, esses profissionais assumem papéis equivocados, como o de "psicólogo" ou "relações-públicas", às vezes sem se dar conta disso. Apesar de 87% dos 400 entrevistados em 13 capitais brasileiras na fase quantitativa do estudo terem apontado a gestão da aprendizagem como uma atividade da sua responsabilidade, só 17% citaram a observação da dinâmica da sala de aula - uma das principais estratégias formativas - como parte da sua rotina. Existem ainda 19% que declaram substituir pessoalmente, uma ou duas vezes por semana, algum professor que falta, quando poderiam apenas contribuir na criação de um plano para lidar com esse tipo de emergência. Já 26% reconheceram ser insuficiente o tempo dedicado ao projeto político-pedagógico (PPP), cuja criação coletiva se constitui numa atividade-chave no processo de aprimoramento da função docente. E uma parcela, embora pequena (9%), simplesmente não tem em seus afazeres nenhuma atividade relacionada à formação. A pesquisa concluiu que eles se descuidam da essência do trabalho e se ocupam de tarefas secundárias porque falta clareza sobre qual é exatamente o seu papel. ''Os próprios coordenadores não sabem as fronteiras do seu papel e, por isso, aceitam todas as demandas que lhe são dadas, fazendo coisas demais por não terem a compreensão de que são formadores'', ressalta Ana Maria Falcão de Aragão, da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O quadro é de uma profissão que ainda está em processo de construção. ''Como não existe uma identidade constituída, o coordenador tenta delineá-la no dia a dia. Diante das imposições que surgem, ele faz o que acredita pertencer à sua esfera de competência'', diz



Laurinda Ramalho de Almeida, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Nem sempre acerta nas prioridades.




Os 6 papéis equivocados do coordenador pedagógico


Saiba quais são as atribuições que sobrecarregam o responsável pela formação dos professores e fazem com que ele deixe de realizar suas tarefas essenciais.


O fiscal

Perfil Ele parece que está na escola só para verificar se tudo está nos conformes. A pesquisa O Coordenador Pedagógico e a Formação de Professores: Intenções, Tensões e Contradições, encomendada pela Fundação Victor Civita (FVC) à Fundação Carlos Chagas (FCC), revelou que 55% dos coordenadores conferem se as classes estão limpas e 72% inspecionam a entrada e saída de alunos todos os dias. Há casos em que o profissional assume a postura de inspetor até quando tenta ser formador. "Se fizer a observação de sala de aula e a análise da prática pedagógicas somente para pegar erros, estará desvirtuando o seu trabalho, que é ser o parceiro mais experiente do professor", afirma Laurinda Ramalho de Almeida, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). 

Como evitar Um funcionário administrativo pode conferir as condições das salas. A fim de dar mais segurança na entrada e saída de alunos, é preciso ter uma pessoa capacitada para a função. Esse desvio pode ser corrigido com uma conversa com o diretor para haver uma redistribuição de responsabilidades. Já para se livrar da personalidade fiscalizadora, é necessário um processo de conscientização - dele e do gestor - para que sua atuação seja no sentido de assegurar o bom desempenho docente. As secretarias de Educação implantam essa concepção na rede ao investir na capacitação dos gestores. "A formação tem grande peso na construção da identidade profissional, pois quem desenvolve as competências necessárias para o exercício de determinada função sabe bem o que fazer e ganha o respeito de todos", ressalta Vera Lucia Trevisan de Souza, professora da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas).

O secretário

Perfil Conferir listas de chamadas e arquivá-las. Organizar os horários para o uso da biblioteca e dos laboratórios. Escrever as atas de todas as reuniões. Ele faz tudo isso e, não raro, preenche e confere documentos. A pesquisa constatou que 22% dos entrevistados colocam trabalhos administrativos na lista de atividades da coordenação pedagógica. 

                Como evitar Questões burocráticas são atribuições de funcionários da secretaria. É o diretor que pede tanta coisa a ele? É preciso então mudar essa mentalidade. Para Luzia Marino Orsolon, diretora do Colégio Assunção, em São Paulo, o gestor deve encarar o cotidiano de sua escola como uma responsabilidade coletiva. Assim, cada um faz sua parte para que ninguém fique sobrecarregado. "A rotina funciona bem quando há um trabalho colaborativo, com o envolvimento de todos." O que complica é a burocracia? Então, está na hora de repensar os processos. O problema é a falta de pessoal? Espera-se que o diretor reivindique reforços na Secretaria de Educação.

O psicólogo

Perfil Quase todo o foco de sua atenção está dirigido aos alunos indisciplinados. Se há brigas entre colegas de classe, rixa no recreio ou um garoto hostil com os colegas, ele tenta resolver. Um quarto dos entrevistados considera sua atribuição a resolução das questões de indisciplina, pois muitas vezes é o próprio diretor ou um professor quem encaminha as ocorrências para ele e pede intervenção. Ou são os pais que batem à sua porta em busca de ajuda. 

 Como evitar Nesse ponto, há uma ressalva. A indisciplina geralmente vem dos alunos que não estão aprendendo e não têm a devida atenção do professor nas suas necessidades de aprendizagem. Nesse caso, o coordenador deve, sim, intervir, pois é sua obrigação cuidar para que a dinâmica da sala de aula inclua a todos e que o professor possa atender à diversidade e ensinar. "É função do coordenador receber a família quando se trata de questões pedagógicas. Se for para resolver brigas do filho com colegas, não", observa Luzia Marino Orsolon, diretora do Colégio Assunção, em São Paulo. Há uma confusão entre o coordenador pedagógico e o orientador educacional, cuja função é fazer a ponte entre as demandas dos alunos e familiares com a escola. Quando há um na escola, fica fácil resolver esse equívoco. Porém essa figura raramente existe no organograma das redes. Quando não, uma ação de esclarecimento da equipe gestora com funcionários e professores dizendo o que deve ou não ser levado ao coordenador ajuda. Mas antes talvez seja necessário um processo de autoconvencimento de que esse não é mesmo seu papel. "Tem coisas que o coordenador faz porque se sente importante, fundamental na escola", alerta Vera.

O síndico

Perfil Sua maior preocupação é com o estado do prédio da escola, a quantidade de materiais de consumo e a carência de pessoal. Cerca de 35% dos consultados citaram a falta de conservação das instalações, de materiais didáticos e de pessoal, o número insuficiente de professores e funcionários e salas muito cheias como sendo problemas do seu cotidiano. A fase qualitativa do estudo demonstrou ainda que há coordenadores que até empreendem esforços pessoais para conseguir meios de suprir algumas necessidades mais urgentes e custear melhorias. "Para arrecadar dinheiro, fiz galinhada, gincana e bingo", contou um dos entrevistados. 

Como evitar Cuidar de recursos e infraestrutura é atribuição do diretor e do vice. Conforme os problemas detectados, eles terão de negociar com a Secretaria de Educação reformas, consertos e reforço de pessoal. Se o coordenador pedagógico está se ocupando em demasia de questões do gênero, é sinal de que a equipe gestora precisa se reunir para rever a divisão de atribuições e o uso adequado de recursos. "Coordenador, diretor e vice precisam se juntar para fazer uma análise das demandas e resolver como supri-las. O eixo da conversa deve ser o papel de cada um a fim de definir as responsabilidades individuais e as ações coletivas", sugere Vera. Como necessidades novas e urgências surgem todo dia, ela acrecenta que reuniões esporádicas não resolvem. "Os encontros devem ser permanentes e frequentes, semanais ou quinzenais."

O relações-públicas

Perfil Tem gincana, festa junina ou qualquer evento na escola? Ele corta bandeirolas e faz cartazes e convites: 18% dos entrevistados afirmaram que é tarefa da coordenação se envolver nesses tipos de atividades extracurriculares. Mais da metade dos coordenadores entrevistados (54%) diz que gostaria de ter mais tempo para visitar empresas a fim de firmar parcerias com a escola - tarefa que cabe aodiretor. 

Como evitar O coordenador deve orientar a organização de eventos quando esses tiverem relação com os projetos didáticos desenvolvidos pelos professores. Mas veja bem: orientar não é executar. Ele não precisa bancar o relações-públicas ou o promoter. O envio do comunicado aos pais, o agendamento da visita ao museu e outras tarefas do gênero podem ficar nas mãos de funcionários da secretaria, sob o comando dos professores responsáveis pela ação. Se o coordenador tiver alguma ideia de parceria com empresas ou entidades do entorno, deve planejar o projeto junto com os professores, justificando a importância da ação para a ampliação dos conhecimentos dos alunos, e levá-lo ao diretor.

O assistente social

Perfil De tão tocado com a situação precária da comunidade do entorno, ele envolve-se com os problemas de desemprego e alcoolismo das famílias dos alunos e se empenha em juntar alimentos não perecíveis para distribuir aos mais carentes. Quando sabe que há adolescentes metidos com drogas na vizinhança, mesmo que não estejam matriculados, tenta agir para que mudem de vida. Às vezes, busca ajuda de organizações não governamentais para iniciar algum projeto na escola e ajudar não só os estudantes mas também toda a garotada do pedaço. A pesquisa revelou que o grupo que considera ações sociais tarefas do coordenador é pequeno (4%), mas existe.

Como evitar Ações que abram a escola e promovam a interação com a família e a comunidade do entorno - como promover palestras temáticas de interesse geral - são vistas com bons olhos. No entanto, a militância social é iniciativa de outra ordem, que o coordenador pedagógico até pode ter, mas nunca deve ser exercida no horário de trabalho, no qual é sua obrigação se dedicar à formação de professores.

Revista Nova escola-Gestão Escolar - DOSSIÊ COORDENADOR PEDAGÓGICO -Junho/julho2011



                                                                                                                               

Material do Fórum sobre Análise do Desempenho Semestral - Parte 2

10 dúvidas sobre o relacionamento entre coordenador pedagógico e professor


Quando o coordenador assume o posto, logo percebe que é difícil lidar com as pessoas, respeitar as diferentes opiniões e sugerir mudanças sem ser autoritário. Pedimos aos internautas que enviassem suas questões sobre a parceria de coordenadores e, para ajudar a resolvê-las, ouvimos consultores especialistas no assunto


Verônica Fraidenraich (veronica.fraidenraich@abril.com.br)

1 Como posso legitimar meu papel de formador junto aos professores? Afinal, até há pouco tempo, eu estava em sala de aula como eles.

Durante anos, você cuidou somente da sua sala de aula, tentando resolver os problemas de aprendizagem da turma e procurando a melhor maneira de ensinar. Mas aí surgiram um concurso, uma seleção interna da Secretaria de Educação para o cargo de coordenador pedagógico ou você foi convidado para liderar a equipe docente. Você, claro, aceitou o convite ou se inscreveu no processo de seleção. Em uma posição hierarquicamente superior, logo percebe como é complicado lidar com a equipe, aprender a ouvir para compreender os problemas, respeitar os pontos de vista diferentes nas reuniões, usar as diversas opiniões para chegar a um consenso, mediar conflitos sem ferir suscetibilidades, liderar sem ser arrogante e sugerir mudanças sem ser autoritário. 

 A pesquisa O Coordenador Pedagógico e A Formação de Professores: Intenções, Tensões e Contradições mostra que dúvidas sobre como lidar com a equipe são comuns e 20% dos entrevistados apontam questões de gestão como um dos principais problemas enfrentados no dia a dia. No entanto, são os seus conhecimentos didáticos que vão fazer com que a equipe o aceite como o parceiro mais experiente, do qual vai receber orientações e no qual pode confiar. Para isso, é urgente ir atrás desses saberes e se preparar para o cargo. É possível requisitar formação específica junto à Secretaria de Educação e procurar leituras que ampliem o seu universo nas didáticas de todas as áreas do conhecimento.

2 Como fazer para receber bem o professor novato e integrá-lo ao grupo?

Antes de mais nada, é preciso apresentá-lo aos futuros colegas, demais membros da equipe gestora e funcionários. Certamente, no início ele vai demandar mais atenção de você, por ser recém-formado, por ter mudado de segmento ou, ainda, por ter vindo de outra unidade e precisar de um tempo para se entrosar. Vale marcar uma reunião individual para falar sobre a instituição e apresentar o perfil dos alunos com os quais vai trabalhar. Nesse encontro,mostre o projeto político-pedagógico (PPP) e os planos de trabalho e deixe explícitas as metas da escola. Você pode sugerir ao novato que, logo na primeira semana, faça um diagnóstico da turma e utilize essas informações como apoio para elaborar o planejamento. Coloque-se à disposição para ajudá-lo nessa tarefa. Outra medida interessante, quando se tem um grupo heterogêneo de professores, é articular para que os mais experientes ajudem na adaptação dos recém-chegados por um tempo, como se fosse um tutor, para tirar as dúvidas pontuais.

3 De que maneira posso ajudar o professor que tem dificuldade em comunicar um conteúdo?

Ele deve se sentir inseguro com o conhecimento que tem sobre os conteúdos ou a didática. Para um bom desempenho, ele vai precisar, além de dominar a disciplina, entender o aluno e o modo como ele aprende. Os momentos de formação continuada individuais na escola são o espaço ideal para trabalhar dificuldades específicas e buscar recursos para ampliar o quadro de referências e as estratégias de ensino. Às vezes, porém, não é só um professor que tem de repensar a sua prática didática de forma a despertar o interesse da classe, mas todo o grupo. Aí vale levar o tema para os horários coletivos de formação.

4 Como lidar com a resistência de alguns professores às mudanças propostas?

Primeiro, vamos procurar entender o outro lado: os professores se queixam de que se veem obrigados a aceitar rupturas metodológicas bruscas, tendo de deixar de lado tudo o que acreditam para adotar uma nova linha de trabalho. Você, por sua vez, sabe que é uma das peças-chave para a implantação das políticas públicas da rede, que costumam mudar à velocidade com que um novo secretário assume a pasta. Seja qual for a situação, nem sempre é fácil fazer com que um professor deixe de lado a maneira como sempre ensinou e aceite as mudanças imediatamente. Agora a sua parte: é fundamental não ter pressa. Implante, aos poucos, um processo de estudo permanente na escola, no qual se constroem coletivamente as respostas para os problemas que forem surgindo. Só assim as transformações farão sentido e não representarão uma mera imposição - ou mesmo ameaça - ao trabalho que já é realizado. ''Quando a equipe toda pensa e reflete em conjunto, é mais fácil assumir novos conhecimentos'', afirma Ecleide Cunico Furlanetto, professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Cidade de São Paulo (Unicid).

5 Um professor vive encaminhando os alunos indisciplinados para mim. O que devo fazer?

Na ausência de um orientador educacional na escola, é comum que o coordenador assuma essa função. Se é esse o seu caso,deixe claro ao docente que ele não pode simplesmente achar que não tem nada a ver com isso e que o papel dele é ajudar a identificar as causas dos comportamentos inadequados e como lidar com eles. ''Se o problema persistir, vale organizar uma reunião com as equipes gestora e docente para que, juntas, pensem na melhor forma de solucionar a questão'', afirma Sofia Lerche Vieira, da Universidade Estadual do Ceará (UEC).

6 Como fazer para integrar um professor que não tem um bom relacionamento com os colegas?

Cada escola tem uma cultura, com regras que devem ser seguidas por todos, mas que nem sempre são suficientemente divulgadas. Se o grupo é coeso e se conhece há bastante tempo, será mais exigente para aceitar alguém, principalmente quando ele tem atitudes e comportamentos diferentes dos demais. Pode ocorrer ainda de os conflitos serem fruto da insegurança de um educador. O principal é que o coordenador desenvolva rapidamente uma relação de confiança entre os docentes para que todos se sintam à vontade para partilhar suas experiências e dúvidas.

7 O que fazer para evitar a alta rotatividade dos professores?

Vários são os motivos para um docente mudar de escola: o salário, a localização, os recursos disponíveis, o perfil da instituição etc. Essa movimentação - quando excessiva - causa mesmo desânimo nos coordenadores, que ficam com a sensação de começar do zero sempre. ''Até que a coordenação consiga se aproximar e estabelecer uma relação de confiança, muitos professores já se foram'', comenta Ecleide. Tornar a escola um espaço acolhedor e favorável à aprendizagem é uma boa maneira de atrair e fidelizar o educador. Se ele vê que a equipe gestora é engajada e que ali existe um projeto diferenciado, sentirá mais segurança e interesse em permanecer.

8 O que fazer com os docentes que faltam muito?

É importante conhecer os motivos das faltas. Para isso, só há um jeito: conversar com o professor. Se ele estiver com problemas de saúde, aconselhe-o a procurar o atendimento médico. Mesmo assim, é bom ficar atento para detectar se as condições de ensino não têm relação com o mal-estar ou com a desmotivação. Se a causa não for facilmente perceptível, vale lembrar o professor sobre a importância dele na sala de aula e o problema que causa quando não comparece à escola, pois mexe com toda a organização e a rotina. Além do mais, é bom recordá-lo de que, se ele não tem assiduidade, não chega no horário e não cumpre com suas obrigações, não poderá cobrar isso dos alunos. É, aliás, um momento oportuno para discutir com a equipe os direitos e deveres de cada um.

9 Gostaria de acompanhar o trabalho em sala de aula para ser um bom formador, mas não quero parecer um fiscal. Como agir?

É fundamental ter consciência de que você é o parceiro mais experiente e tem o dever de intervir quando necessário. Isso o faz corresponsável pelo trabalho do professor - que, por sua vez, precisa saber que você está ali para contribuir com o trabalho dele. Assim, fica mais fácil compreender que a sua intervenção é sempre para ajudar - e não para fiscalizar. "O compromisso de todos tem de ser com os alunos, que precisam aprender", diz Ecleide Furlanetto. O principal é que o coordenador tenha clareza de sua obrigação com a escola, com o projeto político-pedagógico e com a aprendizagem, não se deixando se intimidar por cara feia ou resistência da equipe.

10 O que fazer com os docentes que só reclamam do trabalho?

Sinais de carência, como queixas e desabafos constantes, revelam, muitas vezes, a falta de confiança no trabalho realizado. ''A expectativa de que o coordenador sirva como um ombro amigo, seja compreensivo e ajude a resolver todos problemas pode ser um indicador de que o docente está se sentindo sozinho'', diz Laurinda Ramalho de Almeida, vice-coordenadora e professora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Educação, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Num primeiro momento, o melhor é se mostrar acolhedor e ouvir o que o outro tem a dizer. Ao mesmo tempo, é importante fazer o acompanhamento do trabalho em sala de aula, sugerindo que o docente localize o que o deixa inseguro, se tem a ver com o conhecimento sobre conteúdo, com o planejamento - ou a falta dele - da aula ou se são dificuldades de relacionamento com os alunos, os pais ou mesmo os colegas. Outra medida válida é promover a troca de experiências entre os colegas para mostrar que todos enfrentam dificuldades, criando, assim, uma relação de proximidade. Também é preciso levar em conta que talvez a formação não esteja atendendo às necessidades da equipe. É hora então de rever o seu trabalho e até pedir ajuda a supervisores da Secretaria.

Revista Nova escola-Gestão Escolar - DOSSIÊ COORDENADOR PEDAGÓGICO - Junho/julho2011
                                                                                                                               

Material do Fórum sobre Análise do Desempenho Semestral - Parte 1


Sendo o BIA uma organização escolar em ciclos, pressupõe mudanças nas concepções de ensino, de aprendizagem e de avaliação e, consequentemente, na organização do trabalho pedagógico. Entende-se que essa reorganização implica na adoção de um trabalho pedagógicocoletivo em que todos os profissionais envolvidos planejem, executem e avaliem o processo de ensino e de aprendizagem de forma cooperativa, integrada e coletiva.

Nessa perspectiva, pressupõe uma gestão democrática do ensino em que a comunidade escolar, direção, profissionais da educação, especialistas, secretários, porteiros, enfim, todos os que atuam na instituição educacional, participem ativamente do seu cotidiano. Ressalta-se a necessidade do olhar para coletividade que a instituição educacional ciclada estimula e promove pelasua própria organização, ou seja, a instituição educacional ciclada necessita de um trabalho coletivo.


Para garantir sua consolidação, ressalta-se a importância da organização do trabalho escolar com base em um acompanhamento pedagógico sistemático que reconheça os papéis dos supervisores e dos coordenadores pedagógicos como elementos centrais desse acompanhamento e a importância da construção de registros para visualização da realidade, das necessidades e dos desafios de cada instituição escolar.

Professor, entenda esse acompanhamento pedagógico sistemático.

O acompanhamento pedagógico sistemático consiste em tornar vivíveis os avanços e as necessidades de cada estudante, de cada turma e da instituição educacional, como um todo, com o intuito de planejar ações que possibilitem a resolução dos problemas de ensino e de aprendizagem evidenciados nas atividades de acompanhamento aplicadas, tais como

observação, provas, exercícios, pesquisas, etc. Esse acompanhamento apóia a organização do trabalho pedagógico dentro de uma concepção de avaliação formativa, com vistas ao desenvolvimento dos diferentes letramentos por meio do uso da língua materna nas suas quatro modalidades: ouvir, falar, ler e escrever com compreensão.


O BIA necessita de um acompanhamento pedagógico sistemático que o sustente para que possa cumprir com os objetivos de uma organização ciclada. A ausência desse acompanhamento, leva ao risco de não promover o sucesso escolar de todos, quando se pode não perceber a amplitude dos problemas de aprendizagem e a não tomada de atitude em tempo de reverter o fracasso escolar.

Esse é um grande cuidado que se deve buscar para não tornar o ciclo sinônimo de reprovação disfarçada, pois num sistema de ciclos em que não há uma avaliação constante pode-se gerar lacunas de aprendizagem entre os estudantes e a geração da baixa auto-estima, quando não se oferece a assistência adequada às necessidades de cada estudante no momento certo. A ausência deste tipo de trabalho pode aumentar o fracasso e as desigualdades, como nos afirma Perrenoud (2006).

Para que esse acompanhamento tenha uma melhor abrangência apresenta, a seguir, quatro etapas para facilitar a organização desta ação.

1. Diagnóstico: ação que será a base para o planejamento do professor e subsidiará a elaboração de estratégias pedagógicas como os reagrupamentos e o projeto interventivo (princípios que serão abordados logo à frente), bem como justificará possíveis avanços e

outras ações didáticas cotidianas; é caracterizado pela definição e utilização de diferentes procedimentos avaliativos;

2. Construção de Registros: etapa que dará visibilidade e materialidade ao trabalho pedagógico;

3. Análise: momento ímpar de reflexão sobre os dados contidos nos registros;

4. Planejamento e Execução das Intervenções Pedagógicas: caracterizado pela tomada de atitudes em relação às necessidades levantadas;



Esse acompanhamento pedagógico sistemático, coordenado pelo supervisor e pelo coordenador pedagógico, com a participação efetiva dos demais professores, deve ser entendido como um ciclo de ações contínuas e permanentes que permearão toda a organização do trabalho pedagógico.

Para a ampliação do entendimento dessas etapas você, professor deve acompanhar, em seguida, a descrição mais detalhada.


Diagnóstico



É a etapa do acompanhamento pedagógico sistemático onde se identifica o que cada estudante sabe, bem como o perfil da turma em todos os letramentos no que se refere ao desempenho ao longo das aprendizagens.


No processo educativo todas as ações desenvolvidas possuem uma ntencionalidade que necessita tornar-se visível a todos os agentes desse processo. Desta forma, precisamos:

  • Ter objetivos claros, ou seja, saber aonde se quer chegar e identificar quais as dimensões contidas nos objetivos pré-estabelecidos.

1. Oralidade (falar/ouvir): ampliação da competência comunicativa, produção oral textual;



2. Leitura: decifração, fluência e compreensão do texto como construção de sentido;



3. Escrita: aquisição do sistema de escrita e produção textual.


Nesse sentido, o professor precisa:

  • Entender que seu trabalho não se restringe à simples transmissão de conteúdos e memorização de informações;
  • Agir como facilitador das relações e problematizador das situações, provocando no outro a abertura para aprendizagem;
  • Desenvolver a capacidade de desafiar, de provocar, de contagiar, de despertar a vida no educando, o desejo, o interesse, para que possa ocorrer a interação educativa;


Numa educação participativa que busca a construção da significação, a exigência de clareza de objetivos não pode ficar restrita ao educador, o estudante deve ter objetivo também, para que sua ação seja intencional.
Para tanto, o estabelecimento de objetivos e a definição clara das dimensões que os compõem é ponto central.


Registro



O registro é a etapa onde os dados coletados são organizados de forma a tornar visível as necessidades de aprendizagens dos estudantes e que orientarão o planejamento, elaboração e execução das intervenções pedagógicas. Podem ser realizados de diversas formas, inclusive muitas você, professor, já utiliza, como os portifólios, os diários de bordo, as fotos, as planilhas de acompanhamento da turma, os gráficos de rendimento, os relatórios e tantos outros que facilitam seu acompanhamento.


Os registros avaliativos precisam estabelecer vínculos com o processo de construção do conhecimento e estar embasados na memória compreensiva, por isso é preciso ressaltar a importância desta memória no contexto destes registros. Segundo Warschauer (2001), registros com esta natureza constituem um artesanato intelectual que deve ser realizado

diariamente através da prática da memória compreensiva, para não ser repetitivo e mecânico. Escrever a memória da aula, a sua apreciação daquele momento não é só a recordação do aprendido, mas um ponto de partida para realizar novas aprendizagens.


Nessa perspectiva, o registro possibilita o resgate da memória. É uma forma de arquivo das vivências; retomá-las posteriormente, significa revisitá-las e, a partir daí, mantê-las, revê-las, mudá-las ou, ainda, compreender o que aconteceu no trabalho pedagógico para, de alguma maneira, intervir na realidade da ação educativa registrada. As Diretrizes de Avaliação da SEDF (2008) afirmam, também, que o Registro constitui elemento essencial do processo avaliativo” que concebe “formas de registros sistematicamente, e não somente ao final de um período, bimestre ou semestre."


Por isso, professor, o trabalho de registro quando realizado de forma consciente possibilita confrontar processos cognitivos, estabelecer conexões no campo da aprendizagem e compreender melhor o processo educativo. À medida que se desenvolve a observação dos estudantes, passasse a registrar, analisar e refletir sobre o trabalho pedagógico, e poderemos obter uma aproximação maior da realidade trabalhada.
O registro deve servir de suporte ao trabalho coletivo da escola, por meio da supervisão e da coordenação pedagógicas. As avaliações externas, como Provinha Brasil, SIADE e IDEB, também devem fazer parte do acervo de dados da proposta pedagógica da instituição educacional.



A proposta pedagógica é o primeiro registro a ser construído pela instituição educacional, já que orienta todas as ações educacionais. Veiga (2005) afirma que sua elaboração supõe rupturas com o estado atual das coisas e promessa com novos modelos de organização pensadas no “chão da escola” pelas pessoas que nelas estão de forma autônoma.


Registrar pressupõe uma concepção de educação na qual esse registro está fundamentado e quais intencionalidades permeiam o ato de registrar para, posteriormente, materializá-lo sob a forma grafada. A concepção do BIA reclama este compromisso de toda a instituição educacional com todos os sujeitos para a democratização da aprendizagem.

Hadji (2001, p.22) afirma que "é a vontade de ajudar qua, em última análise, instala a atividade avaliativa em um registro formativo” e Freire (2006) quando conclui que “o registro é instrumento para a construção da competência desse profissional reflexivo, que recupera em si o papel de intelectual que faz ciência da educação”.



Análise



É a etapa onde o professor e a equipe pedagógica refletem sobre o que se apresenta nos dados coletados, observando se o que foi ensinado foi aprendido pelo estudante. Nesse momento de análise busca-se a elaboração de intervenções para (re)orientar as ações de ensino em função das necessidades de aprendizagem.
Esse trabalho é essencialmente coletivo e deve expressar a realidade de cada instituição educacional tornando-se a construção da coletividade responsabilidade da equipe escolar.




Relação entre a ação e a reflexão do professor pesquisador


Fonte: Bortoni-Ricardo, 2008, p. 48.


Planejamento e Execução das Intervenções Pedagógica



É a etapa onde o professor e a equipe pedagógica buscam soluções para resolução das questões levantadas nas etapas anteriores. Elas se dão por meio de elaboração de rotinas, onde“o para que”, “o quê” e “o como fazer” devem estar materializados por meio das sequências didáticas, fechando assim, o ciclo da avaliação formativa - diagnóstico, registro e intervenção. Preconizando o que afirma Villas Boas (2008, p. 33) que “a avaliação formativa visa à aprendizagem do aluno, do professore ao desenvolvimento da escola.” Pois, nesse processo de avaliação todos os envolvidos aprendem.



Nesse contexto, o supervisor e o coordenador tornam-se sujeitos centrais para o êxito do desenvolvimento do acompanhamento pedagógico sistemático, uma vez que são responsáveis pela organização de todo o processo -, sem descaracterizar o papel do professor, compreendendo que se trata de um trabalho colaborativo em função da aprendizagem de todos os sujeitos envolvidos.

SEEDF. Estratégia Pedagógica do Bloco Inicial de Alfabetização - 2ª edição - Versão Experimental. 2010

VII Fórum de Coordenadores - Análise do Desempenho Semestral

Na última sexta-feira (12/08/2011) o CRA e a Coordenação Intermediária dos Anos Iniciais promoveram o 7º Fórum de coordenadores onde analisamos o desempenho das I.Es. no 1º semestre. Neste dia também demos início ao curso "A Coordenação Pedagógica como Espaço de Formação e Transformação", que terá carga horária de 60 horas e será certificado pela EAPE.
No evento contamos com a presença da Chefe do Núcleo Pedagógico da Diretoria Regional de Ensino de Taguatinga, Cristina Balestié, que muito contribuiu socializando suas experiências e esclarecendo algumas questões levantadas pelos participantes.
O encontro foi muito produtivo, pois além das discussões acerca dos dados apresentados, os coordenadores e supervisores puderam trocar estratégias para melhorar o fazer pedagógico nas escolas.